segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Estudantes de jornalismo conquistam prêmio com a produção do documentário "Acampamento Marcelino Chiarello: a terra que alimenta a resistência"



Parabéns aos Estudantes de Jornalismo que conquistaram o prêmio do melhor roteiro de documentário de não ficção do Brasil com o tema: Acampamento Marcelino Chiarello: a terra que alimenta a resistência”. Esse documentário será encaminhado para cada escola para não deixar no esquecimento a luta do professor Marcelino Chiarello que recebeu essa bela homenagem do assentamento. Conheça essa linda história:


Horizontalizando espaços de luta
 
               Roteiro pautado na luta do MST conquista prêmio no Expocom Nacional 2017
 
Amanda Ferronato
Angélica Dezem
 
            O papel do jornalismo tem extrema importância na sociedade, visando retratar a realidade de forma crítica e fidedigna. Movidos por esse princípio, alguns estudantes do sétimo período de jornalismo reconheceram no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, um viés a ser aprofundado.
A semente que foi plantada em 2015 a partir da visitação e vivência dos acampamentos e assentamentos da região Oeste, floresceu  na disciplina de Telejornalismo III, do curso de Jornalismo, ministrada pela professora Ilka Goldshimidt no segundo semestre de 2016, com o documentário audiovisual “Acampamento Marcelino Chiarello: A terra que alimenta a resistência”.
O filme que debate a importância da reforma agrária e da luta pela igualdade e por direitos através do MST, já surgiu com a missão de ultrapassar as barreiras da universidade e tomar novos rumos. Teve sua primeira exibição no dia 29 de maio deste ano, no Cinema Arcoplex do Shopping Pátio Chapecó. Aberto à comunidade, esse momento também foi de diálogo a respeito do filme, do tema e da relevância que tem o MST na construção da sociedade, sendo o maior movimento social da América Latina.
A luta do movimento em Santa Catarina teve seu berço no Oeste do estado e o documentário, além de resgatar essa vivência, retrata a fase embrionária da ocupação, que é o primeiro passo para a conquista da terra. Após o pré-lançamento no Cinema, a exibição retornou ao local onde tudo começou. Contrastou-se entre a tela gigante no shopping, com o lençol branco utilizado como fundo no acampamento. As poltronas acolchoadas, com os troncos de árvore cuidadosamente pregados, o carpete no chão com a essência e a origem deste filme: a terra. 
Após oito meses da gravação do documentário, as acadêmicas Amanda Ferronato, Angélica Dezem e Maria Joana Giaretton retornaram ao Acampamento Marcelino Chiarello para a apresentação do filme. Embora a lua iluminasse todo o acampamento, a energia para viabilizar a exibição se fez através de um gerador. O acampamento inteiro se juntou para assistir sua história narrada pelos personagens da luta. Eles mesmos. A representação e o reconhecimento através das falas fluiu e se viu através da construção audiovisual.
O documentário se transformou em um registro feito por aqueles e aquelas que tem propriedade para falar de sua luta. O feedback mais importante surgiu através de falas tímidas, mas ainda assim carregadas de força, e que intensificaram o motivo primeiro que moveu isso tudo: o reconhecimento do jornalismo e de seu papel no meio em que se vive.
 
A conquista: Reconhecimento no meio acadêmico
 
 Foram oito meses de diversos processos para chegar ao estágio final. Gravamos, produzimos, editamos, modificamos, ajustamos e como consequência, obtivemos êxito no retorno. O roteiro do documentário “Acampamento Marcelino Chiarello: a terra que alimenta a resistência” foi premiado como melhor roteiro de não-ficção no Expocom Sul 2017 e Expocom Nacional 2017 em um dos maiores congressos de comunicação do país, a Intercom. Ao longo dessa caminhada, desde o primeiro contato em nossa viagem precursora, vivenciamos um misto de sentimentos, que reforçam diariamente a escolha em discutir e dar vida a esse tema.
            Dar voz a essas pessoas e visibilidade a sua luta nos inspira a acreditar que é possível transformar o país a partir de ações coletivas e sociais. Resgata o brilho que muitas vezes esteve apagado, e que ao estar em contato com esse povo que faz da terra seu instrumento de luta, reacende a chama de esperança, justiça e igualdade. Registrar a história desse movimento é um ato de coragem, esperança e libertação. É acreditar na construção do poder popular através de homens e mulheres que não exitam em defender a terra e muitas vezes doam a sua vida por ela. E sobretudo é utilizar da comunicação como uma ferramenta de luta e de empoderamento social. Dessa forma, falar do MST e tê-lo como pauta acadêmica é, sobretudo, cumprir com o papel e com a essência de se fazer jornalismo.
Pátria Livre: VENCEREMOS!

FOTO: INTERCOM SUL
Estudantes Amanda Ferronato, Angélica Dezem, Maria Joana Giareton, Marina Schielke Folle e Darlei Lottermann conquistam prêmio regional no Expocom Sul 2017.
INTERCOM NACIONAL
Estudantes Maria Joana Weber, Marina Folle, Amanda Ferronato e Angélica Dezem com os troféus de melhor roteiro de não-ficção conquistados no Expocom Regional Sul e Expocom Nacional 2017.
 
CINEMA
Socialização do documentário “Acampamento Marcelino Chiarello: A terra que alimenta a resistência”, realizado no Cinema Arcoplex do Shopping Pátio Chapecó em maio deste ano.
 
E NO ACAMPAMENTO
Exibição do documentário “Acampamento Marcelino Chiarello: A terra que alimenta a resistência” no próprio acampamento, que foi cenário e pauta do trabalho acadêmico de estudantes do curso de Jornalismo da Unochapecó.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Convênios médicos - valores - União Sindical